SOLIDÃO E ARREPENDIMENTO
"É um fato absolutamente consumado de que a solidão é puramente uma soma de energia egoísta enraizada em nossa alma, e embora a pessoa talvez tenha razão em relação ao seu passado de sofrimento e seus esforços para não repetir novamente tal drama, a mensagem básica é a de que não devemos seguir dita trilha de isolamento". - ANTONIO CARLOS- PSICÓLOGO
"A solidão jamais pode ser encarada como sinônimo de tristeza, depressão ou infelicidade como boa parte das pessoas pensam, pois se seguirmos este raciocínio estaremos encobrindo o verdadeiro problema básico- A marca mais forte da solidão é a repetição constante de uma mesma experiência ou destino afetivo outrora vivenciado. O desafio final é exatamente este ponto, como se libertar de algo enraizado em nosso ser que nos leva sempre de volta ao início de uma jornada de desamparo e desilusão"- ANTONIO CARLOS- PSICÓLOGO.
No âmbito interpessoal fica claro que na atualidade um dos fatores de maior sofrimento psíquico é sem dúvida nenhuma a solidão sentida como um elemento corrosivo da saúde e bem estar pessoal. Se fôssemos obrigados a produzir um manual de sobrevivência psíquica para a nossa era, a primeira regra seria o aprendizado de como aumentar nossa tolerância à frustração. A solidão caminha exatamente no oposto, acentuando a desolação dos acontecimentos pretéritos; bloqueando a oportunidade de novas experiências de prazer, sendo que a conseqüência inevitável é a cristalização do luto eterno em nossa alma, obrigando a pessoa diariamente a vivenciar todo o tipo de medo e desconfiança perante novas perspectivas.
Uma das raízes pouco exploradas da solidão em todos os trabalhos teóricos é a questão do arrependimento. Talvez este seja um dos mais paralisantes sentimentos humanos, pois ao mesmo tempo carrega uma semente de orgulho perante a reparação de um erro, e o tédio ou falta de motivação para uma nova experiência. Aprofundando a tese acima descrita, a prova máxima do arrependimento é quando temos certeza de que nossas vivências atuais são muito piores do que os acontecimentos dolorosos de nosso passado, e é exatamente esta vivência dolorosa que a solidão visa não repetir, à custa do convívio vital com outros seres humanos.
É um fato absolutamente consumado de que a solidão é puramente uma soma de energia egoísta enraizada em nossa alma, e embora a pessoa talvez tenha razão em relação ao seu passado de sofrimento e seus esforços para não repetir novamente tal drama, a mensagem básica é a de que não devemos seguir dita trilha de isolamento.
A questão dinâmica da solidão se dá através de duas vertentes: Qual a capacidade de investimento profundo num novo plano afetivo versus a quantidade de mágoa acumulada pelo passado da pessoa transtornada pela carência? O aspecto central desta conscientização é a avaliação de onde provém nosso conflito básico, se no passado, presente ou o temor do futuro. Obviamente que dependendo do grau de sofrimento todas as três esferas podem ser afetadas, mas é fundamental a localização pelo menos parcial do início de determinado drama existencial.
A questão é absolutamente clara, a solidão é sinônimo irrefutável do passado, criando uma película em nossa esfera afetiva totalmente impermeável a qualquer nova experiência gratificante. Então devemos nos perguntar baseados nesta conclusão o que de nosso passado é profundamente saudável ou aproveitável? Sem dúvida alguma descobriremos que determinado acúmulo de experiências preenchem quase que na totalidade a possibilidade de um destino pessoal completamente diverso do que estamos acostumados a vivenciar.
Neste ponto devemos inserir a questão do perdão no âmbito da solução da encruzilhada do problema apresentado.
Se boa parte das religiões tivessem um caráter sério, o perdão jamais poderia ser um instrumento de regozijo próprio ou de poder pessoal perante alguém que sabemos que sempre esteve em déficit com sua natureza humana, mas sobretudo a consciência pessoal e inalienável de que devemos prosseguir, pois caso contrário o resultado será a somatória de mágoa ou autocomiseração adquiridas no transcorrer de nossas experiências. Sempre a derradeira esperança é a possibilidade de realização futura, desde que cultivemos nosso potencial ou dever pessoal para novas empreitadas.
A solidão jamais pode ser encarada como sinônimo de tristeza, depressão ou infelicidade como boa parte das pessoas pensam, pois se seguirmos este raciocínio estaremos encobrindo o verdadeiro problema básico, pois a marca mais forte da solidão é a repetição constante de uma mesma experiência ou destino afetivo outrora vivenciado. O desafio final é exatamente este ponto, como se libertar de algo enraizado em nosso ser que nos leva sempre de volta ao início de uma jornada de desamparo e desilusão.
Todo o processo acima citado nos leva a conclusão de que a solidão apenas nos mostra como estamos absolutamente despreparados para a questão da morte em todos os sentidos, sendo que jamais reconhecemos que determinados sinais sociais nos mostram a finitude de nossas experiências gratificantes acumuladas, nos mostrando que a mais dolorosa experiência humana sempre foi a mudança em todas as esferas da existência, e a falta de instrução ou treinamento para algo tão óbvio da natureza humana passa a ser um dos pilares de toda a estrutura social e pessoal que petrificam o ser humano no medo e apatia. Jamais devemos nos esquecer que em suma a solidão apenas representa a total falta de investimento na esfera da troca afetiva.
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ANTONIO CARLOS ALVES DE ARAÚJO- PSICÓLOGO
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